Tiro meus anéis e tudo que me da a sensação de aperto para
aqui escrever. Escrevo com um ar de solidão que emerge na minha alma. Eis aqui uma solidão diferente, a qual
enlouquece a gente. Uma solidão não por estar só, mas por não fazermos parte da
gente.
É um tido intimidante,
que escorre entre a veias. É algo sem controle, sem fim, que não sai de mim.
É um momento ermo, que me faz refletir sobre ti, sobre mim,
sobre tudo. É um momento em que pouca coisa faz sentido. E as que fazem se
desfaz ao poucos.
Aqui dentro é o abrigo do delírio, do questionamento, da tormenta.
Sou meio normal, meio feliz, meio dor. Sou meio Carol, meio amor, meio fim. Só
sigo o roteiro. “Não quero uma vida
pequena, um amor pequeno, uma alegria que caiba no bolso”. Quero muito além do
que posso, do que sou do que vejo. Quero tudo. Me quero. Sou um par de azas,
mas as sinto presas. Quero liberta-las, soltá-las. Quero as ver voar. Quero me ver voar.
Cansei de andar na superfie, quero mergulhar, me entregar. Quero
nascer. Quero viver o que a vida me nega. Quero viver as oportunidades que
tenho, boas ou ruins. Quero apenas ser eu em qualquer momento. Viver tristeza,
viver alegria, viver de mim, só por mim.
Não sei esperar. Tenho pressa porque tenho asas, e elas são maiores
que eu. Elas são o que eu desejo ser, o que eu desejo ter, e o que eu desejo fazer.
Minha vontade é incontrolável. Minha sede é insaciável. Quero cachoeiras, quero
mares, quero natureza.
Quero enfrentar o martírio. Quero viver o que tenho que
viver, doa o que doer. Eu acredito que se hoje está assim é por algum motivo, e
quando esse motivo chegar eu começo a entender, começo a me refazer, começo a
re-amar. Porque dor, aflição e medo, são
coisas que podemos mudar, podemos escolher igual a todas as outras coisas, e
passam. E eu ainda acredito que vou sair ainda bem melhor do outro lado de lá.
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